Biotecnologia AlimentarAnálise Química Química BiorgânicaAnálise Química
Docente: Prof. Augusto C. Tomé Armando
DuarteJoão
OliveiraIsabel MacedoJoão Oliveira Ano
Lectivo: 200020021/01032
Curso(s): Licenciaturass
em Biologia,
Ensino de Biologia e Geologia e Engenharia
do Ambienteem Engenharia do
Ambiente e Ensino de Física e QuímicaEngenharia do
Ambiente e Ensino de Física e Química
Escolaridade: 233h
T - 01h TP - 333h
P Unidades
de Crédito: 4.04
4.0
OBJECTIVOS
1. Estudar
a estrutura, nomenclatura e propriedades físico-químicas de algumas famílias de
compostos orgânicos.
2. Estudar
a estrutura e propriedades físico-químicas de biomoléculas (glúcidos,
aminoácidos, proteínas e lípidos).
3. Interpretar,
ao nível molecular, alguns fenómenos biológicos.
4. Compreender
alguns fenómenos ambientais.
São os seguintes
os objectivos desta disciplina:
1.Os
alunos deverão conhecer os aspectos fundamentais dos processos químicos
associados aos diferentes passos de uma análise química.
1.Os
alunos deverão ser capazes de descrever e fundamentar cientificamente os
diferentes processos que compõem uma análise química.
1.Os
alunos deverão ser capazes de propor e planificar experiências adequadas ao
esclarecimento de problemas de química analítica.
1.Os
alunos deverão ser capazes de identificar e compreender a interacção da química
analítica com outras áreas de actividade humana (análises ambientais,
industriais, etc.).
METODOLOGIA
A disciplina tem
uma componente teórica, uma componente teórico-prática e uma componente
prática. Nas aulas práticas os alunos executam trabalhos laboratoriais onde
aplicam algumas técnicas de separação/purificação de compostos, efectuam testes
simples para comprovarem o comportamento físico-químico de algumas famílias de
compostos e ainda efectuam algumas sínteses de compostos orgânicos simples. Nas
aulas teórico-práticas são resolvidos problemas de aplicação da matéria
leccionada nas aulas teóricas. A matéria leccionada nas aulas teóricas
corresponde, em traços gerais, aos seguintes conteúdos:
·
Nomenclatura vulgar e sistemática de algumas
famílias de compostos orgânicos;
·
Estudo das propriedades físico-químicas de algumas
famílias de compostos orgânicos;
·
Estereoquímica;
·
Estudo da estrutura e propriedades físico-químicas
de algumas famílias de biomoléculas.
As aulas teóricas
são dadas com o auxílio de transparências, das quais os alunos têm acesso a
fotocópias.
Organização das
aulas práticas:
·
Turmas de 16 a 18 alunos, divididos em grupos de 2
pessoas.
·
Realização de um trabalho prático de 3 horas, por
semana.
A leccionação da
disciplina é realizada em aulas teóricas e aulas práticas.
Nas aulas teóricas
serão apresentados e desenvolvidos os conceitos referidos no programa. No
início do ano lectivo será fornecida aos alunos a lista da bibliografia
adoptada. Face à inexistência de um texto básico que trate globalmente os
assuntos com um desenvolvimento semelhante ao utilizado no presente programa da
disciplina, os alunos terão ainda acesso aos apontamentos utilizados pelo
regente da disciplina na preparação das aulas.
Nas aulas práticas
os alunos executam trabalhos laboratoriais onde os objectivos são, não só
ilustrar conceitos adquiridos nas aulas teóricas, mas também familiarizá-los
com técnicas de utilização corrente em Química Analítica. Sobre cada trabalho
prático a realizar é fornecido aos alunos um texto de apoio no qual são dadas
indicações gerais sobre o procedimento experimental deixando-se, no entanto,
para resolução por parte dos alunos a decisão de pormenores experimentais
considerados de rotina. Conjuntamente é indicada bibliografia directamente
relacionada com as bases teóricas e com a execução laboratorial do trabalho. No
relatório de cada trabalho, a apresentar pelos alunos, exige-se não só o
tratamento adequado dos dados experimentais como também uma análise crítica e
discussão dos resultados obtidos.
Como as aulas
teórico-práticas não estão contempladas na escolaridade desta disciplina,
algumas das aulas teóricas, uma após a leccionação de cada capítulo, serão
utilizadas para a resolução de problemas.
Avaliação
A nota final na
disciplina será calculada pela seguinte fórmula:
Nota
Disciplina = 0,2 x Nota Prática + 0,8 x Nota Teórica
Nota prática:
A
avaliação das aulas práticas será do tipo contínuo. Os alunos serão avaliados
pela forma como executam as experiências laboratoriais (60%) e por um pequeno
teste escrito sobre os trabalhos práticos
(40%) efectuado no final do semestre.
Nota teórica:
Nota obtida pelo
aluno na prova de avaliação final ou na prova de recorrência (a melhor das
duas).
Observação:
Só podem apresentar-se
à prova de recorrência os alunos que:
·
na prova de avaliação final tiverem uma nota igual
ou superior a cinco valores;
·
os alunos que não comparecerem à prova de avaliação
final ou que dela desistirem.
Componente
teórica: 65%. Componente prática: 35%. Relativamente a esta componente o
desempenho do aluno durante a realização dos trabalhos práticos e relatório
terão um peso de 50%, e o exame prático final um peso de 50%. No caso dos
trabalhadores estudantes, e a ausência de frequência às aulas práticas haverá
lugar a um exame prático final (50%), além naturalmente do exame escrito final
(50%).
Programa
1- Considerações
gerais sobre a Química Biorgânica
2- Sistemas de
Nomenclatura em Química Orgânica
Nomenclatura
vulgar e nomenclatura IUPAC.
Nomenclatura dos
compostos monofuncionais e polifuncionais.
3- Estereoquímica
Tipos de
estereoisómeros
Designações
cis/trans e E/Z
Estereoisómeros
cis/trans em cicloalcanos dissubstituídos
Moléculas quirais;
enantiómeros
Centros quirais
Actividade
óptica; rotação específica
Configuração
absoluta e relativa
Regras do sistema
de designação R/S
Moléculas com dois
centros quirais - diastereómeros e compostos mesógiros
Moléculas com
vários centros quirais; n.º máximo de estereoisómeros
Moléculas
com centros quirais e com ligações duplas
Resolução de
misturas racémicas
4- Alcanos
Estrutura dos
alcanos; hibridação sp3
Isómeros
estruturais
Propriedades
físicas
Reacções:
pirólise, combustão e halogenação (mecanismo e regiosselectividade)
O citocromo P450
e a hidroxilação de hidrocarbonetos
5-
Alcenos e Alcinos
Estrutura dos
alcenos e dos alcinos; hibridação sp2 e sp
Propriedades
físicas e estabilidades relativas dos alcenos
Síntese de alcenos
por reacções de eliminação-1,2
·
Desidratação dos álcoois - estabilidade dos
carbocatiões, mecanismo das reacções E1 e E2, rearranjos nos carbocatiões
Reacções de adição
em alcenos e alcinos
6- Álcoois
Propriedades
físicas dos álcoois; tipos de interacções intermoleculares.
Reacção dos
álcoois com metais; iões alcóxido
Reacção dos
álcoois com haletos de hidrogénio
·
efeito da estrutura do álcool na velocidade da
reacção
·
mecanismo da reacção (estabilidade dos
carbocatiões; revisão)
·
comparação dos mecanismos SN1 e SN2
Oxidação dos
álcoois a cetonas, aldeídos e ácidos carboxílicos
Síntese de álcoois
por redução de cetonas, aldeídos e ácidos carboxílicos
Oxidação biológica
dos álcoois
7- Aldeídos e
cetonas
Estrutura e
reactividade do grupo carbonilo
Redução de
aldeídos e cetonas
Adição nucleófila
ao grupo carbonilo - mecanismo
·
hidratação; reacção com álcoois; reacção com HCN
Reacção com
amoníaco e seus derivados
·
formação de iminas, oximas, hidrazonas e de azinas
Tautomerismo
ceto-enólico; condensação aldólica simples
8- Ácidos
carboxílicos e seus derivados
Estrutura do grupo
carboxilo
Propriedades físicas
dos ácidos carboxílicos
Acidicidade dos
ácidos carboxílicos (efeito dos substituintes)
Reacções dos
ácidos carboxílicos
·
esterificação – mecanismo; esterificações
intramoleculares; hidrólise ácida dos ésteres - mecanismo
·
esterificação indirecta dos ácidos carboxílicos;
conversão em anidridos e em haletos de acilo
·
conversão em amidas
9- Óleos e
gorduras
Composição química
dos óleos e gorduras
Os
triacilgliceróis
Saponificação dos
triacilgliceróis
Os ácidos gordos
10-
Aminoácidos e polipeptídeos
Configuração
relativa dos a-aminoácidos (designação D/L)
Propriedades
ácido/base dos a-aminoácidos
Definição
de ponto isoeléctrico dos aminoácidos e dos polipeptídeos
Separação de
aminoácidos por electroforese
Síntese de
peptídeos: protecção dos grupos NH2 e CO2H
Definição de
aminoácido terminal-N e de aminoácido terminal-C
Determinação da
estrutura primária de um polipeptídeo
11- Hidratos de
carbono
Os hidratos de
carbono como poli-hidroxialdeídos e poli-hidroxicetonas
Classificação das
aldoses e cetoses de acordo com o n.º de átomos de carbono
Configuração
relativa (D/L) dos monossacarídeos
Os hidratos de
carbono como hemiacetais: as furanoses e as piranoses
Representação dos
monossacarídeos em fórmulas de Haworth
Formas anómeras a e b: a
mutarrotação
Os O-glicosídeos como acetais; exemplos de S-
e N-glicosídeos
Distinção entre
açúcares redutores e açúcares não redutores
Exemplos de
dissacarídeos redutores e dissacarídeos não redutores
Reacções de
oxidação/redução de monossacarídeos
Homopolissacarídeos
e heteropolissacarídeos; exemplos de homopolissacarídeos de D-glucose
Tratamento
Quantitativo de Dados Experimentais
Tipos de erros em
Química Analítica: grosseiros, sistemáticos e aleatórios. Erros sistemáticos:
constantes (absolutos) e proporcionais (relativos). Erros constantes:
interferências, efeitos de matriz, correcções inadequadas do branco. Erros
proporcionais: erros de calibração. Correcção de erros sistemáticos. Exactidão
e precisão. Exactidão: erro absoluto e relativo. Precisão: repetibilidade e
reprodutibilidade. Desvio padrão e variância. Propagação de erros sistemáticos
e aleatórios: dedução das fórmulas e exemplos. Distribuição de frequências.
Distribuição normal e distribuição de Student. Intervalos de confiança.
Exemplos. Exemplo numérico envolvendo propagação de erros e intervalos de
confiança. Testes de significância. Hipótese do nulo (H0)
e hipótese alternativa (H1).
Erros de tipo I (a) e tipo II (b).
Relação entre a e
b. Parâmetros estatísticos. Valor crítico. Tabelas de decisão. Comparação de uma
média experimental com um valor conhecido (referência). Exemplo. Comparação de
duas médias: Amostras grandes e amostras pequenas. Amostras pequenas:
variâncias iguais e diferentes. Teste F. Exemplos. Amostras relacionadas
(emparelhadas): amostras grandes e amostras pequenas. Exemplos.
Análise
Gravimétrica
Introdução.
Métodos de preciitação e volatilização. Métodos de precipitação.
Características do precipitado: solubilidade, pureza, filterabilidade,
composição química, outras propriedades. Factores que afectam a solubilidade
dos precipitados: produto de solubilidade, efeito do ião comum, efeito do pH:
tipos de precipitados afectados pelo pH. Cálculo da solubilidade numa solução a
pH conhecido. Cálculo da solubilidade em água. Formação de complexos: Caso geral.
Complexo com um ião comum ao precipitado (anfoterismo). Cálculo do pH ao qual a
solubilidade é mínima. Precipitação selectiva: separação de iões por controlo
de concentrações do agente precipitante. Efeito da concentração do electrólito,
temperatura, composição do solvente, velocidade de formação do precipitado.
Factores dependentes das condições do precipitado: polimorfismo, grau de
hidratação, possibilidade de reacção química com o solvente ou substância em
solução, dimensões das partículas. Tipos de precipitados e sua formação. Grau
de sobresaturação e tamanho das partículas. Nucleação, crescimento e tamanho
das partículas. Evolução dos precipitados. Soluções coloidais: propriedades.
Soles e geles. Adsorção de iões. Contra-iões. Floculação e peptização.
Contaminação de precipitados. Coprecipitação e pós-precipitação.
Coprecipitação: adsorção, inclusão isomórfica e não-isomórfica e oclusão.
Precipitação em solução homogénea. Pesagem de precipitados. Referência à
Termogravimetria. Filtração de precipitados. Lavagem de precipitados.
Eficiência da lavagem. Erros em análise gravimétrica: exercícios de aplicação.
Volumetria
Titulações
por precipitação
Cálculo
de curvas de titulação. Factores que afectam as curvas de titulação:
concentração dos reagentes e produto de solubilidade do precipitado formado.
Titulação de misturas: precipitação fraccionada. Erro na titulação de uma
mistura de iões. Detecção do ponto de equivalência utilizando indicadores:
Formação de um segundo precipitado: método de Mohr. Concentração óptima do
indicador: exemplo. Formação de um complexo corado: método de Volhard.
Concentração óptima do indicador: exemplo. Indicadores de adsorção: método de
Fajans. Mecanismo de actuação destes indicadores. Outras técnicas e aplicações:
turbidimetria e nefelometria.
Titulações por
formação de complexos: complexometria
Introdução. A
utilização de complexantes em métodos volumétricos. Ligandos monodentados e
polidentados. Efeito de quelação. Ácido etilenodiaminotetracético (EDTA).
Efeito do pH no equilíbrio do EDTA. Escolha das condições experimentais
"óptimas" para a realização de titulações complexométricas. Constante
de estabilidade condicional. Curvas de titulação complexométrica. Exemplo.
Influência do pH, concentração de outros ligandos e constante de estabilidade
condicional nas curvas de titulação. Formação de hidroxocomplexos e complexos
do tipo ML(OH). Métodos de detecção do ponto de equivalência: indicadores
metalo-crómicos. Titulações consecutivas. Aspectos práticos das titulações
complexométricas. Tipos de titulações: titulação directa, titulação por
retorno, titulação por substituição. Interferências, sequestração e libertação.
Erros em titulações complexométricas. Exemplos.
Titulações redox
Introdução. Curvas
de titulação. Variação do potencial redox por formação de complexos. Variação
do potencial redox com o pH: diagramas potencial-pH. Indicadores redox. Zona de
viragem do indicador. Exemplos. Erros em titulações redox: exemplos. Titulações
redox de misturas.
Titulações
ácido-base
Ácido
forte com base forte: exemplo. Ácido monoprótico fraco com base forte: exemplo
Base fraca com ácido forte: exemplo. Ácido fraco com base fraca. Indicadores de
neutrimetria: monocróicos e dicróicos. Titulações de ácidos polipróticos:
exemplos. Erros em titulações ácido-base: exemplos de aplicação. Poder tampão
de uma mistura de ácido fraco e base forte. Poder tampão máximo. Determinação
do ponto de equivalência em titulações potenciométricas. Método diferencial:
exemplos. Métodos de Gran: 1º, 2º e modificado.
Bibliografia
1.
Química
Orgânica; R. Morrison
e R. Boyd; Ed. Fundação Calouste Gulbenkian
2. Organic
Chemistry; F. A. Carey; Ed. McGraw-Hill
3. Organic
Chemistry; T. W. G. Solomons e C. B. Fryhle;
Ed. John Wiley & Sons
4. Introdução à
Nomenclatura dos Compostos Orgânicos, A. C. Tomé, Universidade de Aveiro
D.
Harris,
Quantitative
Chemical Analysis, 3rd Edn., W. H.
Freeman, 1991
G.
D. Christian,
Analytical
Chemistry, 5th Edn., Wiley, 1995
D.
A. Skoog
and D. M. West,
Fundamentals of
Analytical Chemistry, Holt-Saunders Japan,
1982
O Regente da Disciplina