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From: Carlos Beato (carlosbeato@netc.pt)
Date: 19 Jan 2006
Time: 10:14:58
Q: Algumas substâncias têm capacidade para "absorver" "partes" do espectro electromagnético na região ultravioleta (UV) e/ou visível (Vis)e de "transmitir" as "restantes partes". A cor que vemos das substâncias resulta da combinação das "partes" que não foram absorvidas (no Vis) (fim de citação: Teresa Margarida Santos, AL 1.5 - A cor e a composição quantitativa de soluções com iões metálicos - 1). Pergunta recorrente dos alunos é: o que é que acontece à "parte absorvida": excitações, transições, naturalmente, mas e depois não há des-excitação e des-transição e a luz respectiva não é emitida? E se o é como aparece e porquê? R: A cor das soluções tem origem na absorção selectiva de fotões no visível por parte de algumas espécies químicas presentes nessas soluções. A absorção de fotões promove transições electrónicas entre níveis de energia do estado fundamental para níveis de energia mais elevados (excitação electrónica). A população dos níveis de energia em átomos, iões e moléculas segue uma distribuição estatística (distribuição de Boltzman), pelo que a uma determinada temperatura, irão ocorrer processos de desexcitação (radiativos/não-radiativos) após a absorção de luz. Os mecanismos envolvidos são específicos de cada sistema, podendo ocorrer a emissão de fotões (luminescência) ou sendo ainda mais comum o processo de transferência de energia (calor) para espécies vizinhas. Por exemplo no caso de uma molécula, este mecanismo de relaxação irá promover movimentos vibracionais, rotacionais e translacionais nas moléculas vizinhas. Faz-se notar que a origem da cor é aqui discutida num contexto específico. A cor na Natureza não é sempre devida a fenómenos de absorção de luz, basta olhar para o céu!